terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Relação Pedagógica - Relação de Confiança


A construção da liberdade, dos valores humanos, da justiça social e da paz só pode ser conseguida por vontade das nações e através da cooperação internacional, numa perspectiva de médio e longo prazo, global e localmente (glocal), com implicações na política educativa.

As linhas orientadoras da educação, no sentido de atingir aqueles fins, foram enunciadas por Edgar Faure (1972), realçando três ideias fundamentais para se conseguir nas gerações futuras uma sociedade mais justa e autónoma: 1. A democratização da educação; 2. A Educação Permanente; e 3. A Cidade Educativa (como epifania escola/meio). Posteriormente a UNESCO, em 1986, enunciou os quatro pilares da aprendizagem para o século XXI: Aprender a Ser, Aprender a Conhecer, Aprender a Fazer e Aprender a Conviver.

Neste contexto, é colocada uma pressão e responsabilidades acrescidas na instituição Escola e, consequentemente, na contribuição para o desenvolvimento daqueles objectivos, que ultrapassam largamente as suas fronteiras temporais e espaciais. A relação pedagógica assume uma relevância inédita, atribuindo-se-lhe o papel principal de todo o processo pedagógico.

A eficácia do professor no processo ensino-aprendizagem passa em grande parte por uma relação pedagógica, ainda que o professor deva dominar os conhecimentos específicos a ministrar. A prática pedagógica é personalizada e situacional, não existem modelos únicos e predefinidos para ser professor e para a relação pedagógica.

Na relação pedagógica interagem factores diversos que se relacionam com o que cada um dos indivíduos (professor-aluno) é como pessoa, os seus sentimentos, expectativas e interesses pessoais. A existência do sentimento de confiança entre os parceiros da relação pedagógica é unanimemente reconhecida como fulcral para a eficácia do acto pedagógico.

2 comentários:

Anónimo disse...

Manuela

Conheces-me, por isso sabes que gosto da polémica. Entende as palavras seguintes como uma daquelas conversas que, há já bastante tempo, não temos.

"A eficácia do professor no processo ensino-aprendizagem passa em grande parte por uma relação pedagógica, ainda que o professor deva dominar os conhecimentos específicos a ministrar"

Este período, condensado naquele "ainda", reflecte o mal do nosso ensino: inverte os termos da questão. A pedagogia deve ser um instrumento, um algoritmo, jamais um fim em si própria, "ainda" que enfeitada com algumas coisitas de "conhecimentos específicos".

A este propósito, o "Público" de hoje publicou uma carta eloquente que deveria ser lida por quem tem poder de decisão. O autor é nosso colega.

Um abraço

Fátima Stocker

Anónimo disse...

Cara Fátima
Se leres bem, o artigo em nada contradiz o que acabas de referir...

Quanto ao público, também li a dita carta, mas prefiro centrar a minha atenção sobre outro artigo que vem logo no início sobre o insucesso dos alunos, os Planos de Recuperação, Acompanhamento e a sua ineficácia...

Boas Festas e Viva por apareceres e colaborares, obrigada desde já

Manuela